domingo, 25 de abril de 2010

LEIAM!!!!

SETE ATOS OFICIAIS QUE DECRETARAM A MARGINALIZAÇÃO


Frei David Santos

1º ATO OFICIAL: IMPLANTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Através da Dum Diversas ao Rei de Portugal, Afonso V o papa Nicolau diz: “...nós lhe concedemos, por este documento, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades... E REDUZIR SUAS PESSOAS À PERPÉTUA ESCRAVIDÃO, E APROPRIAR E CONVERTER EM SEU USO E PROVEITO E DE SEUS SUCESSORES...”,

Apoiados nesse documento, os reis de Portugal e Espanha promoveram uma DEVASTAÇÃO do continente africano, matando e escravizando milhões de habitantes.


2º ATO OFICIAL: LEI COMPLEMENTAR À CONSTITUIÇÃO DE 1824
“... pela legislação do império os negros não podiam freqüentar escolas, pois eram considerados doentes de moléstias contagiosas.”

Os poderosos do Brasil sabiam que o acesso ao saber é uma alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo.

Com este decreto, a população negra foi encurralada nos porões da sociedade.

Juridicamente, este decreto agiu até 1889, com a proclamação da República. Na prática a intenção do decreto funciona até hoje.



3º ATO OFICIAL: LEI DE TERRAS DE 1850, N.º 601

Quase todo o litoral brasileiro estava povoado por QUILOMBOS.

O sistema, percebendo o crescimento do poder econômico do negro e que os brancos do interior estavam perdendo a valiosa mão -de- obra para sua produção, decretam a LEI DA TERRA:

“... a partir desta nova lei as terras só poderiam ser obtidas através de compra. Assim, com a dificuldade de obtenção de terras que seriam vendidas por preço muito alto, o trabalhador livre teria que permanecer nas fazendas, substituindo os escravos”.

A partir daí o exército brasileiro passa ter como tarefa, destruir os quilombos, as plantações e levar os negros de volta as fazendas dos brancos. O exército exerceu esta tarefa até 25 de outubro de 1887 quando um setor solidário ao povo negro cria uma crise interna no exército e comunica ao Império que não mais admitirá que o exército seja usado para perseguir os negros que derramaram seu sangue defendendo o Brasil na guerra do Paraguai.

A lei de terras não foi usada contra os imigrantes europeus.


Segundo a coleção “Biblioteca do Exército” considerável parcela de imigrantes receberam de graça grandes pedaços de terras, sementes e dinheiro. Isto veio provar que a lei de terras tinha um objetivo definido: tirar do negro a possibilidade de crescimento econômico através do trabalho em terras próprias e embranquecer o país com a maciça entrada de europeus.

4º ATO OFICIAL: GUERRA DO PARAGUAI (1864-1870)


Foi difundido que todos os negros que fossem lutar na guerra, ao retornar receberiam a liberdade e os já livres receberiam terra. Além do mais, quando chegava a convocação para o filho do fazendeiro, ele o escondia e no lugar do filho enviava de cinco a dez negros.

Antes da guerra do Paraguai


População negra do Brasil: 2.500.000 pessoas (45% do total da população brasileira).


Depois da guerra


População negra do Brasil: 1.500.000 pessoas (15% do total da população brasileira).



5º ATO OFICIAL: LEI DO VENTRE LIVRE (1871)


Esta lei até hoje é ensinada nas escolas como uma lei boa: “Toda criança que nascesse a partir daquela data nasceria livre.”
Na prática, esta lei separava as crianças de seus pais, desestruturando a família negra. O governo abriu uma casa para acolher estas crianças. De cada 100 crianças que lá entravam, 80 morriam antes de completar um ano de idade.

O objetivo desta lei foi tirar a obrigação dos senhores de fazendas de criarem nossas crianças negras, pois já com 12 anos de idade as crianças saíam para os QUILOMBOS à procura da liberdade negada nas senzalas. Com esta lei surgiram os primeiros menores abandonados do Brasil.


6º ATO OFICIAL: LEI DO SEXAGENÁRIO (1885)

Também ensinada nas escolas como sendo um prêmio do “coração bom” do senhor para o escravo que muito trabalhou.

“Todo escravo que atingisse os 60 anos de idade ficaria automaticamente livre”.

Na verdade esta lei foi a forma mais eficiente para jogar na rua os velhos doentes e impossibilitados de continuar gerando riquezas para os senhores de fazendas, surgindo assim os primeiros mendigos nas ruas do Brasil.

7º ATO OFICIAL: DECRETO 528 DAS IMIGRAÇÕES EUROPÉIAS (1890)

No poder, o partido Republicano: a industrialização do país

A industria precisava de : matéria prima e mão de obra.

Matéria prima no Brasil não era problema.


Quanto à mão de obra, o povo negro estava aí, disponível! A mão de obra passou a ser problema quando o governo descobriu que se o negro ocupasse as vagas nas indústrias, iria surgir uma classe média negra poderosa e colocaria em risco o processo de embranquecimento do país. A solução: decretar, no dia 28 de junho de 1890 a reabertura do país às imigrações européias e definir que negros e asiáticos só poderiam entrar no país com autorização do congresso.





E quando a cota é pra negro todo mundo se indigna mas disso ninguém lembra!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cheio de Lançamento essa semana...

Gente, essa semana tá difícil. Muito trabalho, a voz tá "meia boca". Mas vamô que vamô, tem apresentação sábado.

Na terça-feira fui no lançamento do Livro do Jessé Oliveira, meu amigo, diretor do Grupo Caixa-Preta, que está pra estreiar o Osso de Mor Lam. É meu primeiro diretor, na real agora ex-diretor. Sim, sai do Caixa.-Preta...
O livro chama-se: Memória do teatro de rua em Porto Alegre. Adorei as palavras da dedicatória, me faz pensar. Saudade sempre dá, mas prefiro guardar no coração. "Saibam também que a minha luta não é só minha, é a luta de todos nós".

Do lançamento do Gaúcho, direto para o Carioca. Acabei de conhecer o seu Nei. Que Nei?
O Nei Lopes! Que é primo da Vera Lopes? Hehehehehe, brincadeirinha.

De nome já conhecia, mas fiquei de boca aberta vendo o homem falar, quer dizer, bem falar. Ele é demais, sabedoria, tranquilidade, paz...Negro, negro, negro
"Mandingas da mulata velha na cidade nova" (Eu já tenho em mãos e autografado pelo autor!!!)
Anotei coisas que o seu Nei falou:


calma aí que vou digitar...
Tá depois de quase um mês digito as coisas que o homem falou, foi no dia 22 de Abril de 2010. Antes tarde do que nunca!
Minhas anotações:
Nei nasceu em Irajá, sua mãe nasceu em 1890 e o pai em 1888, uma família operária do subúrbio do Rio de Janeiro. Cresceu afastado da cultura ancestral, não tinha contato com algo que só era conectado a negatividade, samba não podia, macumba nem pensar! É o 13º filho e o 1º a romper o curso pirmário, teve o primeiro contato com samba no ginásio. A aproximação da religião veio da necessidade de uma afirmação étnica, de conhecer a ancestralidade.
Sobre o samba:
Ao longo dos tempos houve uma descaracterização do carnaval, a escola de samba era comunitária e a partir da década de 70 isso se perdeu. O samba surgiu para legitimar a ocupação de espaço do negro dentro do carnaval carioca. Houve, portanto, uma cooptação seguida da destruição. As escolas de samba foram criadas dentro de núcleos familiares.

Outras palavras:
"O negro deve estar em todos os lugares"
"Os autores do Brasil não representam o negro adequadamente"
"A presença do negro na literatrua é tratada com invisibilidade por parte dos autores, o negro não é só esteriótipo" "Há que se levar em conta o contexto sociais porque passou, as característica de cada um".
"A TV trata com invisibilidade os negros que ocupam centros e lugares na sociedade"
"A literatura negra procura retratar de dentro as angústias do negro".

Foram essas as palavras que tomei nota, é óbvio que ele falou muito mais do que isso. Quis dividir, pois são palavras e reflexões de intelectuais e artistas negros como o Nei que estão formando essa Negratriz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

NOS ASSISTAM NO FESTIPOA!!!

Quem puder compareça pra prestigiar nosso trabalho no FESTIPOA.

SERÁ no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano (ICBNA)
Rua Riachuelo,1257
Dia 24 de abril,sábado,18h30:
Vida e obra de Oliveira Silveira, com Jorge Fróes e recital de poesia "Batuque tuque tuque"com Vera Lopes, Pâmela Amaro, Josiane Acosta e Abiase. Lançamento de antologia de poemas de Oliveira Silveira.

Maiores informações: http://www.festipoaliteraria.com/

Sobre Oliveira Silveira:


Poeta negro brasileiro, nascido em 1941 na área rural de Rosário do Sul,Estado do Rio Grande do Sul. Filho de Felisberto Martins Silveira, branco brasileiro de pais uruguaios, e de Anair Ferreira da Silveira, negra brasileira de cor preta, de pai e mãe negros gaúchos.

Graduado em Letras – Português e Francês com as respectivas Literaturas – pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,UFRGS. Docente de português e literatura no ensino médio. Atividades jornalísticas. Ativista do Movimento Negro.
Um dos criadores do Grupo Palmares, de Porto Alegre. Estudou a data e sugeriu a evocação do 20 de Novembro,lançada e implantada no Brasil pelo Grupo Palmares a contar de 1971,tornando-se Dia Nacional da Consciência Negra em 1978, denominação proposta pelo Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, MNUCDR.



Como escritor, publicou até 2005 dez títulos individuais de poesia – Pêlo escuro, Roteiro dos tantãs, Poema sobre Palmares, entre outros – e participou de antologias e coletâneas no país e no exterior: Cadernos negros, do grupo Quilombhoje, e A razão da chama, de Oswaldo de Camargo, em São Paulo-SP; Quilombo de Palavras, organização de Jônatas Conceição e Lindinalva Barbosa, em Salvador, na Bahia; Schwarze poesie/Poesia negra e Schwarze prosa/Prosa negra, organizadas por Moema Parente Augel e editadas na Alemanha por Édition diá em 1988 e 1993, com tradução de Johannes Augel; ou revista Callaloo volume 18, número 4, 1995, e volume 20, número 1 (estudo de Steven F. White), 1997, Virgínia, Estados Unidos.


(http://www.geledes.org.br/oliveira-silveira)

DE VOLTA AO TEATRO

Pois é pessoal, nesse finde foi a Floripa! É, mas não foi pra curtir praia, foi a trabalho mesmo. Não consigo ficar parada, amo o teatro, estar em cena. Sim, estou realizada dando aula, mas preciso da "bóia que me emerge", a Cena!




Minha estreia em monólogo, vai dar um friozão na barriga. Começamos os ensaios, direção Toni Edson, co-direção Eve Mendes. Trata-se do quê? Contos Africanos. O resto eu conto depois!
O dever me chama!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FRASE DA JOSI

Então tá, conversa vai conversa vem, descobri que não sei viver em doses homeopáticas. Dai surgiu essa frase:
"ME DÁ O VIDRO DE XAROPE, PORQUE UMA COLHER NÃO FAZ EFEITO"

sábado, 10 de abril de 2010

A vida da atriz

A vida de atriz começou em 2001, isso mesmo. Lembro como se fosse hoje, eu estava repetindo a sétima série, era uma adolescente um pouquinho rebelde. Minha mãe  tinha ficado p... da vida porque eu havia rodado, então prometi a ela que não rodaria mais. Em 2000, na escola Jerônimo de Albuquerque, ali na frente da escola de samba filhos da candinha, eu mudei. Já fazia teatro na escola, como a maioria das crianças no treze de maio, dia das mãe, natal, blábláblá, a sora de português montava peça. Nessa escola conheci um colega, Fernando Furik, tá ele era meio estranho (hoje não sei por onde anda, ele era uruguaio). Mas me disse que eu poderia fazer curso de teatro de graça, era só mandar uma carta para alguma escola pedindo uma bolsa, pois era assim que ele fazia, tentava bolsas, quando não conseguia ele ia só nas primeiras aulas dos cursos. Resolvi seguir a sugestão.
Mandei minha primeira carta pra Casa de Cultura Mário Quintana em 2000, mas eles não tinham como me dar a bolsa naquele momento, mas continuei insistindo! Em maio de 2001, consegui uma vaga na Oficina Permanente de Teatro, comecei tendo aula com Lisa Becker e Irene Brietzki! Foi paixão a primeira vista! Mas o curso terminou em dezembro de 2001, sem querer encontrei um cartaz da oficina para a Escola da Terreira, tinha que responder questionário, fazer entrevista e ainda apresentar um monólogo. E daí...(continua).

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Professora



Hoje foi minha estreia como professora em ESTEIO! Sim acordei as 6 horas e 15 minutos, saí as 7 e pouco, perdi o ônibus na cara, como de costume, e cheguei na escola depois de quase duas horas de viagem!
Tá, cheguei. Uma expectativa brotou, o que me espera, quem me espera?! Ai, ai, ai...
Chegou a hora, 9 horas da manhã, eu e 23 alunos na aula, na chamada? 30!
Quebrei cabeça, li bastante, me preparei, e? Resolvi tratá-los como gente grande, pois não verdade são pequenos, mas são muito, mas muito esperto. Entrei no jogo e brinquei junto, sim juntos. São uns amores, sim tem uns terrores. Mas vamô lá, sigo tentando! Me jogando, sabe que tô curtindo essa vida de "Sora"!
O dia foi longo, entrei em quatro turmas. Saldo? Aproximadamente 100 alunos,em um dia, sim eu fiz isso!
EU CONSEGUI!!!!
TENHO UMA TURMA DE ALUNOS DE 11 A 16, VAI SER DEMAIS!!!!eLES SÃO BONS, só que 34 numa sala 3x4, é dificil...vou improvisar, ver no que dá e depois? Ah, TEORIZAR.
O melhor de tudo é que consegui com a voz rouca, afinal esse clima de Porto Alegre tá matando minha voz.
Mas semana que vem tem mais, vamô que vamô.

"QUEM SABE FAZ A HORA
NÃO ESPERA ACONTECER"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sobre as aulas

Na realidade não existe fórmula, parece meu clichê, mas cada turma é uma turma.
Ok, é necessário ter um planejamento.
Mas ele não é garantia de que dará certo, é bem verdade
que poucas vezes da certo, porém o professor tenta e assim vai descobrindo como levar, e as necessidades de cada turma, porque não dizer de cada aluno.
Cada coisa no seu tempo, sim somos jovens e queremos desempenho de adulto, de mestres que lecionam há 15, 30 anos!
Calma, muita calma...pois história, docência se constrói. Se desistir sem tentar nada se construirá!

Imagine-se uma escola de natação que dedicasse um ano ao ensino de anatomia e da fisiologia da natação, da psicologia do nadador, da química da água e da formação dos oceanos, dos custos unitários das piscinas por usuário, da sociologia da natação (natação e classes socias), da antropologia da natação (o homem e a água) e, desde o início, da história mundial da natação, desde os egípcios até os nosso dias. Tudo isso evidentemente, na base de aulas magistrais, livros, quadro-negro, porém sem água. Em uma segunda etapa, levar-se-iam os alunos-nadadores a observar, durante outros vários meses, a nadadores experientes e, depois dessa sólida preparação, seriam lançados ao mar, em águas bem profundas, num dia de temporal, em pleno inverno.
Busquet.
(ENRICONE, Délcia. Ser Professor. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006)
A citação acima está no artigo "O professor e a construção de competências", de Jocelyne da Cunha Bocchese.
Quando li esse artigo sobre ser professor, descobri os porquês das angústias na facul, mas isso é passado. Entretanto, serve de aprendizado

Sim, caros colegas de licenciatura em teatro, recém formados pela UFRGS, nós sobrevivemos em alto mar, agora precisamos construir nossas escolas na praia, no morro, no asfalto, e até nas escolas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O bom velhinho, hihiihihih

"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta,que me insere
na busca, não aprendo nem ensino".
"Mudar é difícil mas é possível"




( Paulo Freire )







Sonhos

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."
( Shakespeare )