sábado, 26 de novembro de 2011

ALTO DAS POMBAS COMEMORA A CONSCIÊNCIA NEGRA


“CÁ DO ALTO DAS POMBAS CONTO VEM
PRA MOSTRAR QUE TODA CHAGA SE CORTA
MAROTAGEM, MOLEQUE TEM RESPOSTA
TÁ NA HORA DE OUVIR CÃO, PAU E PORTA
RESPEITO
VENHA PARTICIPAR NÃO SE CONTESTA
NOSSA COMUNIDADE TEM DIREITO
 DE MOSTRAR QUE É DE ARTE NOSSA FESTA”
(Canção feita por Toni Edson para apresentação de contos africanos no Alto das Pombas)

Gente amada,
Ontem no Alto das Pombas a Escola Nossa Sra de Fátima promoveu na praça da comunidade apresentações do Projeto Nossos Passos vem da África, muitas professoras e professores realizaram apresentações artísticas com suas turmas. A população compareceu e atenta observou a tudo.

O 5 ano C da Professora Ritinha teatralizou três contos de origem africana, pois ao longo de dois meses compareci a escola voluntariamente cerca de duas horas semanais e desenvolvi alguns jogos teatrais para que eles pudessem ter contato com a arte teatral e alguns exercícios de contação de histórias, nas últimas duas semana o grupo começou a encenar os contos africanos que foram lidos em aula e o resultado ontem foi o melhor possível, realmente emocionante!
 Não sou a favor do trabalho voluntario, acredito que é o governo quem precisa promover, fomentar a cultura em todas as comunidades, sou uma profissional, estudei, pago aluguel e preciso me sustentar. Entretanto, na situação de semi-desemprego que me encontrava e com um relativo tempo ocioso, diante do convite de Ritinha, resolvi abraçar a ideia por ver na professora o desejo de oferecer aos alunos uma educação além do quadro e caneta. Ainda existem pessoas que acreditam no poder de educação e o papel transformador da arte.

E assim, ontem 14 jovens do ALTO DAS POMBAS, comunidade que carrega e fama de violência e que neste mesmo ano foi pacificada pelo governo levou a rua a beleza da cultura africana, teve a lavagem da igreja, apresentação de semba, capoeira de saia, teatro e coral do EJA.








Posso dizer apenas que estou feliz e satisfeita, pois consegui fazer longe de minha casa algo pela comunidade da qual faço parte e que sempre desejei fazer lá em Porto Alegre no Campo da Tuca, mas faltou oportunidade. Tudo isso mostra que nossos passos não são em vão. Vi ontem jovens que andavam de cabeça baixa, com vergonha de expressar, vergonha de sorrir, cheio de poder e orgulho!

Ah, os meninos apresentaram os seguintes contos: "Abdu, o cego e crocodilo", "Os segredos de nossa casa" e "Omolu e a dança só"
Estou feliz, feliz!

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