Estávamos no saguão do Centro Municipal de Cultura, dispersos, agitados e de repente eles entram, mas não entram de qualquer jeito, entram sorrindo, com malemolência, com desenvoltura, provocando, despertando a curiosidade, vendendo e trazendo o espirito do teatro de rua, de feira, ops?!
Mas aquele não era um espaço tradicional? Sim eu disse era!
Durante pouco mais de uma hora o tempo foi suspenso, público e atores celebraram juntos a saga desse herói. Um herói negro, magistralmente interpretado pelo ator Rodrigo dos Santos, que mostra seu trabalho, seu talento, seu corpo e voz conectados e expressivo. Um elenco completo, de belas pessoas, belos atores, execelente trabalho de direção, concepção cenográfica, e a música que embala a trajetória deste herói é ao mesmo tempo forte e sutil. Um espetáculo digno de fazer parte de qualquer festival de Artes Cênicas.
E porque a gente chora ao assistir uma apresentação dessas ou durante a estreia de nossos trabalhos? Talvez seja pelo fato de termos a certeza que apesar de séculos de opressão, resistimos e juntos, com muito trabalho(sempre foi assim) conseguimos fazer e transformar nossas realidades. A gente chora porque se identica, porque toca na alma. Porque é lindo ver e saber que nós somos!
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